sábado, 13 de fevereiro de 2021

Clérigo iraniano diz que vacina contra Covid-19 "torna as pessoas gays"

Aiatolá Abbas Tabrizian deu a declaração na plataforma de mensagens Telegram, onde registra mais de 200 mil seguidores; homossexualidade é crime no Irã e é punível com execução.

Um clérigo do Irã afirmou que a vacina contra a Covid-19 "torna as pessoas gays". A mensagem do aiatolá Abbas Tabrizian foi dada nesta terça-feira (9) na plataforma de mensagens Telegram, onde o religioso tem mais 210 mil seguidores. As informações são do tablóide britânico Daily Mail e do The Jerusalem Post.

"Não chegue perto de quem tomou a vacina contra a Covid. Eles agora são homossexuais", escreveu Tabrizian na plataforma. Ele é conhecido por seus seguidores como o "pai da medicina Islã". 

A declaração foi criticada duramente por vários médicos, movimentos e personalidades. O jornalista britânico Peter Tatchell, conhecido pelo seu ativismo em prol dos direitos LGBT, disse que o aiatolá "demoniza" tanto a vacina quanto à comunidade gay. "Tabrizian combina ignorância científica com um apelo cruel à homofobia", declarou.

Ao Jerusalem Post, a ativista Sheina Vojoudi, que também é iraniana, apontou que "como outros clérigos do regime, Tabrizian também relaciona todas as carências [deficiências] à sexualidade".

“Os clérigos do Irã estão sofrendo de falta de conhecimento e humanidade. Na verdade, seu objetivo de espalhar bobagens é tentar assustar as pessoas para que não sejam vacinadas, enquanto o líder do regime e outros funcionários tomam a [vacina da] Pfizer, e eles não fornecem isso para as pessoas com a desculpa de que não confie no Ocidente", apontou.

No Irã, é proibido qualquer tipo de atividade sexual fora de um casamento heterossexual. As atividades sexuais entre pessoas do mesmo sexo são puníveis com prisão, punição corporal ou execução. Vários homossexuais foram mortos no país desde a revolução islâmica, em 1979.


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