quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Política - Interesse público ou negócio pessoal? Parasitas administrativos saqueando os cofres públicos


Por Lael Santos

Na experiência do contato direto com o povo, no âmbito do exercício do profissionalismo político a nível de sondagens sobre quem estará no comando dos municípios, a intimidade na troca de informações é inevitável. Ouve-se os comentários mais diversos, e ainda há muita gente dizendo que odeia política, mas o simples facto de expressar toda uma revolta e descontentamento já é uma manifestação política.

Não há como se esquivar, pois viver em sociedade é estar inserido no contexto político, e o que faz a diferença é a maneira como as pessoas lidam com isso. O meio social é constituído por governados e governantes, ficando nesta dualidade a expectativa do modus operandi de quem está no controle. A bem da verdade os que se investem de um cargo público, mesmo que de chefia, é na essência um serviçal, entretanto por falta de conhecimento ou cinismo e até por ausência de imposição desta latente verdade, os que ocupam repartições públicas sentem-se como os chefes absolutos, quando na verdade o seu salário é pago pelo povo, juntamente com todas as suas benesses e imorais mordomias.

Há uma discrepância abismal na constituição prática do poder. A máxima diz que todo poder emana do povo e em seu nome é exercido, mas o que se percebe é que todo poder é a mama do povo, e em seu nome é ordenhado.

Tal como um câncer, sofremos com a sina de maus governantes e homens que de públicos, só mesmo na campanha eleitoral, pois depois que assumem o poder, por quatro anos passam por uma amnésia ética e fazem da Prefeitura e da Câmara o seu escritório para negociar assuntos pertinentes aos seus próprios interesses, e ressalte-se que todos de cunho de locupletação escancarada. Não é à toa que os gestores públicos terminam por acumular pilhas de processos por desonestidade. 

Compromissos de campanha transformam a estrutura do Executivo num grande loteamento, onde a prática diária desnuda que quem comanda são as tribos, os grupos, e os ambientes que deveriam ser oficinas de serventia para quem os elegeu ou delegou poderes  para comandar, não poderia jamais ser redutos de caciques e coronéis que saqueiam os cofres públicos, como se não houvesse justiça e como se nunca serão mesmo apanhados.

Abrindo um parêntese sobre justiça...Esta está em coma profundo, e sabe-se lá se volta a respirar.

Quanto aos grandes balcões de negócios, intitulados Executivo e Legislativo, os neo contemporâneos senhores feudais seguem subestimando o ressurgir da justiça e um remanescente plebeu que ainda consegue perturbar a paz das reuniões da confraria.

Se alguém ingressa na vida pública, que jamais seja por negócio pessoal, mas sempre pelo interesse do bem estar da coletividade.

Se esta carapuça serve na cabeça de alguns, que sirva para alertar que nem todos estão sob efeito letárgico, antes antenados com direitos e deveres, prontos para não adjetivar mas dar nomes e sobrenomes à quem usurpa daquilo que existe para o bem comum, e jamais para vantagens imundas de uma minoria de parasitas sociais.



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