segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Portugal e Espanha lideram mortalidade inesperada na Europa

 Na Europa, o excesso de falecidos ultrapassa os 6%, embora até dez países reportem mortalidade superior a 10%, com Portugal (24%) à frente

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https://youtu.be/hGR74AGu-2g

 Especialistas apontam para a combinação da pandemia e suas consequências com o efeito das mudanças climáticas e o aumento global das temperaturas


Um coquetel explosivo formado pelo Covid-19 somado ao seu efeito nos sistemas nacionais de saúde, o aumento da circulação de outros vírus e as consequências diretas e indiretas do aumento global das temperaturas estão deixando em 2022 um excesso de mortes que se explica baseado em nenhum fator concreto ou por si só.  Com um total de seis milhões e meio de mortes desde o surgimento do novo vírus, o mundo agora está testemunhando níveis de mortalidade semelhantes aos de 2020, mas desta vez para procurar o culpado, você não precisa olhar para Wuhan.

Na Europa, o excesso de falecidos é de 6,2%, com dados de junho de 2022, o último atualizado pelo Eurostat.  Mas entre estes destaca-se a Península Ibérica, com Portugal a registar um excesso de 23,9% e Espanha em segundo lugar com 16,7%.  Mas também Estônia, Suíça, Grécia, Áustria, Holanda, Noruega, Alemanha ou República Tcheca relatam mortalidades superiores a 10% do que se poderia esperar para essas datas.

Só no mês de julho, morreram mais 11.233 pessoas do que o esperado na Espanha, das quais 2.201 podem ser explicadas por altas temperaturas, segundo o último relatório atualizado do sistema de monitoramento diário de mortalidade por todas as causas (MoMo).  O número total de mortes inesperadas até agora este ano chega a 30.479 pessoas, quase metade do excesso deixado pelo primeiro ano da pandemia.

Um verão de recorde


 “Devemos diferenciar a mortalidade por calor daquela causada por uma onda de calor, com seus efeitos diretos e indiretos quando nos encontramos em uma situação de mudança climática”, disse à ABC Julián Domínguez, membro da Sociedade Espanhola de Medicina Preventiva, Saúde. e Higiene.  De fato, o verão de 2022 na Espanha bateu um recorde de dias de calor extremo, com um total de 42 dias -praticamente metade- em situação de onda de calor, conforme confirmado esta semana pela Agência Meteorológica do Estado (Aemet).  Esses dias multiplicam por 7 a média registrada entre 1981 e 2010 -6 dias em média- e triplicam a da última década, de 2011 a 2020 -14 dias em média-.

“Na Espanha, a temperatura média aumentou mais de um grau nos últimos 60 anos.  Pode parecer insignificante, mas nunca antes a velocidade desse aumento foi tão rápida.  A crise climática tem consequências em todas as áreas, da biodiversidade à economia, e também afeta direta e indiretamente a saúde”, diz Maira Bes, professora de Medicina Preventiva e Saúde Pública da Universidade de Navarra.


 Neste contexto, com o envelhecimento da população europeia e mais vulnerável às alterações climáticas, “a mortalidade relacionada com o calor aumentou 33% em 2018 em relação ao ano 2000”, acrescenta Domínguez.  Segundo este especialista, além dos riscos típicos dos países do norte de sofrer inundações e secas extremas com incêndios nos do sul, devem ser somadas nascentes mais longas, que favorecem condições ambientais favoráveis ​​à transmissão de doenças por mosquitos e carrapatos, como como é a dengue, chikungunya ou febre do Nilo.

"Como se pode observar, todo tipo de malabarismo é feito para não correlacionar alguma ligação com as vacinas."

https://www.abc.es/sociedad/espana-portugal-lideran-mortalidad-inesperada-europa-20220904220756-nt.html


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