terça-feira, 21 de abril de 2020

CUIDADO! Usar máscara sem ter sintoma pode aumentar risco de contágio


Esse material pode ser contaminado com as próprias mãos, afirmam especialistas;  principal medida de prevenção é manter a higiene.

MÁSCARA SÓ DEVE SER USADA POR DOENTES E PROFISSIONAIS DE SAÚDE.


Diante da disseminação do novo coronavírus no Brasil, tornou-se comum ver pessoas andando pelas ruas de máscara, na tentativa de se prevenir. Alguns, também, apelam para as luvas. Porém, especialistas afirmam que isso não é necessário para quem não tem sintomas e pode aumentar o risco de contaminação.

Além disso, a máscara só deve ser usada por quem está doente e por profissionais da área de saúde.

O infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, recorda uma situação que vivenciou, esta semana, e é exemplo do que não se deve fazer.

O médico recebeu um paciente em estado grave por conta do novo coronavírus. A esposa deste paciente estava usando máscara e luvas. "Ela tocou com a luva em várias superfícies, pegou o telefone, a bolsa, ou seja, ela apenas protegeu a mão dela de não pegar o vírus", conta. 

De acordo com ele, se qualquer um desses objetos estivesse contaminado com o vírus, a mulher poderia se infectar ao tocá-los e depois colocar suas mãos nos olhos, nariz ou boca, pois a luva também estaria contaminada. "Aí, pedi para ela tirar a luva e lavar a mão", acrescenta.

João Prats, Infectologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, concorda. "Ficar com a máscara o dia inteiro é perigoso porque você pode contaminar a máscara com as mãos", pondera.

Usar luvas, segundo ele, é uma atitude ainda mais arriscada. "É pior ainda porque a pessoa vai contaminar a luva. Dá uma falsa sensação de segurança. Além disso, braços e punhos não estão protegidos", destaca.

O especialista também alerta para o uso de máscaras reutilizáveis. "Eu tenho visto esse material em lojas e na internet, mas é um perigo. Quem precisa, deve usar e descartar", aconselha.

"Se a máscara estiver úmida ou for higienizada, pode tirar o efeito protetor. Mesmo com álcool gel, não dá para controlar a qualidade de como está sendo higienizada", analisa.

O infectologista explica que, quando usada pelos cidadãos, a máscara é considerada lixo comum. "No hospital tem o lixo infectante, ele é branco e carrega um saquinho diferente", esclarece.

Conforme resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanítária), máscaras descartáveis e luvas que não tiveram contato com sangue e secreções se enquadram no grupo D de resíduos hospitalares.

Isso significa que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Por isso, "podem ser encaminhados para reciclagem, recuperação, reutilização, compostagem, aproveitamento energético ou logística reversa".

R7

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