Muita gente ainda não sabe que YDUQS e ESTÁCIO se confundem como o maior conglomerado universitário do Brasil.
A ampliação desta fusão retrata estratégias acertadas e planejamentos com resultados altamente positivos.
À nível regional, a implementação foi feita com a aposta num talento administrativo, cujo nome é Leandro Levone.
Inicialmente, foi conferida à este "expert" em administração a região noroeste fluminense, mas devido aos resultados com repercussão nacional, a sua área de atuação foi ampliada para parte do norte do estado do RJ também, além do sul capixaba e parte da zona da mata mineira.
Um salto gigantesco para a Estácio, que a cada dia atrai mais a atenção de quem está focado na importância da expansão dos pólos de transmissão do conhecimento.
Adtalem é o 10º maior grupo de ensino superior privado no Brasil, com 102 mil alunos matriculados, 20 campi e mais de 180 polos de ensino a distância - a maior parte de franqueados - distribuídos por todo o território nacional, com oferta de cursos de graduação, pós-graduação, MBA e cursos preparatórios.
Além do Ibmec, a Adtalem detém as marcas Wyden (FMF, Unimetrocamp, Facid, UniFBV, Facimp, UniRuy, Área 1, Unifavip, Unifanor e Faci), Damásio Educacional, STJ Med e Clio. E se prepara para avançar no campo da medicina.
A YDUQS acaba de comprar o Grupo Athenas, reforçando sua presença no Norte e Centro-Oeste em sua terceira aquisição desde setembro.
Ainda conhecida por muitos como a antiga Estácio, a YDUQS vai pagar R$ 120 milhões pela companhia, uma coleção de cinco marcas que fez um EBITDA ajustado de R$ 15 milhões no ano passado e opera num eixo que vai de Cáceres, no oeste do Mato Grosso, até Rio Branco, atravessando o coração de Rondônia.
A YDUQS pagou 8x EV/EBITDA, e espera que o múltiplo caia para 3,5x depois de capturar as sinergias.
Se todas as 300 vagas de medicina que o Athenas está pleiteando forem aprovadas, a YDUQS fará um pagamento adicional de R$ 600 mil por vaga, num earnout que pode chegar a R$ 180 milhões.
Fundado há 27 anos por Hildon Chaves — que começou a carreira como promotor de Justiça no interior de Rondônia, onde fundou um colégio com sua mulher, Ieda
— o Athenas tem 9 mil alunos presenciais e vai se tornar a plataforma de crescimento regional da companhia. (Hoje, Hildon Chaves é o prefeito de Porto Velho.) As faculdades têm nota 4 no índice de qualidade do Ministério da Educação, que vai até 5.
O Athenas é líder ou vice-líder nas cinco cidades em que atua. Três de suas instituições estão em Rondônia: a Faculdade Pan-americana de Ji-Paraná (Unijipa), a Faculdade São Paulo e a Faculdade Pimenta Bueno.
O grupo tem ainda o Centro Universitário Meta (Unimeta) em Rio Branco, e a Faculdade do Pantanal (Fapan) em Cáceres.
Esta geografia complementa a presença da YDUQS, que já opera em Manaus, Belém, Macapá, Boa Vista e Cuiabá.
Nos últimos anos, a YDUQS perdeu mais de R$ 1 bilhão de receita com o esvaziamento do FIES, e está tentando retomar o crescimento com uma estratégia tripla que inclui ensino à distância, medicina e M&A.
A aquisição de hoje entrega as duas últimas vertentes e capacita a empresa para perseguir a primeira. O CEO Eduardo Parente disse que “está
mais que demonstrado que a educação à distância depende de marcas regionais, e não nacionais.” Na medicina — o novo Santo Graal das companhias de educação — a transação pode adicionar 300 vagas e elevar as vagas totais da YDUQS para 1.621, colocando-a mais próxima da Afya, que hoje tem 1.866 vagas e vale US$ 950 milhões na Nasdaq. (No fechamento de hoje, a YDUQS valia R$ 10,8 bilhões na B3.)
Há um ano, a YDUQS usou o conceito de “regiões de influência das cidades” (RICs), do IBGE, e descobriu que só não estava presente em 17 das 160 RICs. Em setembro, comprou a Unitoledo para entrar na região de Araçatuba. Em outubro, comprou a Adtalem, dona do IBMEC, Damásio e 10 faculdades sob a bandeira Wyden, ganhando presença em Campinas. Com o negócio de hoje, penetra em mais três áreas de influência.
No final do primeiro tri, a YDUQS tinha cerca de R$ 1,5 bilhão em caixa bruto e uma relação entre dívida líquida e EBITDA de aproximadamente uma vez. O Advent controla a companhia de fato com 14% do capital e 2 dos 9 assentos no conselho.
Lael Santos e Braziljournal.com
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