quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Por que temos mais dificuldade para dormir no calor?


Diminuição da temperatura do corpo é essencial para que o sono tenha início; especialista dá dicas de como ter uma boa noite de sono no verão.

Hormônio do sono só é produzido no escuro.
Em dias e noites quentes, é comum que as pessoas tenham mais dificuldade para conseguir dormir. Isso acontece porque nessa situação também é mais difícil alcançar um dos pontos essenciais para o início do sono: a diminuição da temperatura corporal.

“É obrigatório haver uma queda de temperatura para começar o sono, mas isso é mais difícil de acontecer durante o calor”, afirma a neurologista Andrea Bacelar, presidente da ABS (Associação Brasileira do Sono).

“Em países tropicais, se não há climatização, a temperatura do corpo tende a cair, mas o ambiente quente dificulta essa queda. Isso atrapalha o início e a continuidade do sono”, acrescenta.


A mudança é muito pequena em termos de graus, por isso, não é possível definir uma temperatura ideal para que o sono se inicie. Além disso, a maneira como ela se manifesta varia conforme cada estação do ano.


“Quando a temperatura [do ambiente] está agradável, geralmente em meia-estação ou no inverno, a gente está bem e começa a sentir frio nas extremidades [do corpo], como o pé”, exemplifica.

“Mas no verão, a gente não sente frio, é uma sensação muito mais de sonolência do que de queda de temperatura [do corpo]”, compara.

De acordo com a especialista, o organismo humano tem um mecanismo natural para causar a diminuição da própria temperatura. Ele acontece no decorrer da tarde e à noite.

“O horário exato varia de pessoa para pessoa. Isso faz parte do ritmo biológico de cada um”, explica.

Sono de crianças e idosos é mais vulnerável
O sono de crianças e idosos fica ainda mais vulnerável no calor. No primeiro caso, essa situação acontece porque o organismo ainda não tem um sistema de regulação da própria temperatura completamente formado.

“Por isso, as crianças têm convulsão febril. A febre gera desequilíbrio da atividade elétrica [dos neurônios]. É uma prova de que o sistema termorregulador não está formado”, esclarece Andrea.

Já na população a partir dos 65 anos de idade, esse mecanismo regulador não funciona bem.

“Um idoso pode ter infecção e não ter febre. O corpo não consegue manifestar esse sintoma de que algo está errado. Esse é um dos motivos para a fragmentação do sono, além do desequilíbrio dos neurotransmissores que atuam nessa área”, completa.

R7

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