sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Homenagem à Ivonete de Oliveira, a Ivonete Furacão


Seria delírio se a minha sobriedade não corroborasse com a minha lucidez.
Seria muita impavidez, ou seria apenas precaução como forma de proteção?
Os cobardes nunca saberão o que há do outro lado do vale. Para além do que os olhos vêem só alcançam quem sabe o que é intrepidez.
Melhorar, sempre; estagnar, nunca; jamais espaço para o talvez.
Meus horizontes nunca mais foram os mesmos depois que abdiquei do meu eu e entrei no mundo dos desconhecidos, ignorados, execrados e excluídos.
A prédica é imutável, desde que me entendo por gente, e aprendi que ser gente é tratar a todos como gente. Na cavalgada da hipocrisia, passo largo com meu alazão, alado unicorne que disforme da compreensão da minoria, me põe em conexão e na mesma frequência da maioria.
Maioria que luta, que sofre, que arregaça as mangas e insiste, mas nunca conhece a palavra desistência. Toalha branca? Só é jogada depois de enxugar o suor do rosto e de se colocar de pé para o próximo round.
Sou forte, mesmo quando não conto com a sorte.
Não sou fisicamente eterno, mas não sou subalterno das limitações impostas pelo passar dos anos.
Tal como a fênix, depois de cada hibernação mal interpretada, ressurjo com a alma renovada.
Não consigo contemplar o fim da caminhada, apenas uma jornada, que me faz repousar e relaxar para o renovo do descanso, mas despertar com esperanças e expectativas de que cada dia será melhor que o anterior.
Desistência é para os fracos, por isso mesmo ainda que desfiram contra mim os mais baixos golpes, mostro em pouco tempo ou quase instantâneamente como é que se resolve.
Um suspiro, um olhar penetrante, e prossigo para um alvo que por vezes fala, e se paro pra ouvir, o que ouço é avante!

Lael Santos

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