Nos bastidores do poder, onde as luzes nunca chegam, desenrola-se uma tragédia silenciosa. Ali, os sorrisos largos e os apertos de mão firmes escondem a facada traiçoeira, a palavra de desprezo murmurada entre dentes, enquanto antigos aliados são descartados como se nunca tivessem existido. No jogo brutal da política, pessoas não são seres humanos, mas peças descartáveis, meros degraus a serem pisoteados na escalada incessante ao topo.
Quando o poder seduz e a ambição cega, as lealdades se tornam moedas de troca e a palavra empenhada vira névoa que se dissipa ao menor sopro de conveniência. Para aqueles que se imaginam intocáveis, o poder parece eterno; não há espaço para a memória, apenas para o momento. O aliado de hoje é o peso morto de amanhã, e quando o desgaste chega, o descarte é inevitável. Os que, um dia, foram essenciais para a conquista de espaços são lançados ao esquecimento, enquanto novas peças entram no tabuleiro para servir ao mesmo propósito: a manutenção de um império pessoal, corroído pela ambição e pela hipocrisia.
Na arena política, crueldade não é exceção, mas regra. E como num exército implacável, os próprios soldados são esmagados, eliminados sem remorso. Não importa quantas batalhas lutaram ou quantas feridas carregam, quando se tornam inconvenientes ou dispensáveis, tornam-se nada. Como entulho humano, seus corpos são pisoteados pelos que seguem adiante, indiferentes à dor alheia, ocupados demais com a própria ascensão para notar o rastro de destruição que deixam para trás.
Mas a roda não para de girar, e o desprezado de hoje poderá ser o necessário de amanhã. Aqueles que traem, que descartam, que usam pessoas como ferramentas, esquecem-se de que o poder é efêmero. A vida dá voltas, e, com ela, a política. Nada é fixo, nada é eterno. A traição que alimentaram, o veneno que espalharam, tudo isso volta com juros. E quando esse retorno inevitável acontece, aqueles que antes detinham o poder encontram-se sozinhos, cercados apenas por fantasmas, assombrados pelas sombras dos que traíram.
A falsidade política é um câncer que consome a alma do sistema, corroendo tudo o que é humano e digno. Os bastidores são teias de mentiras e promessas quebradas, e cada passo é dado sobre a desgraça de alguém. Nada do que ali se constrói é sólido, porque está erguido sobre alicerces frágeis: ego, ganância e uma ilusão de permanência. Os que jogam esse jogo sujo raramente pensam nas consequências, até que a própria roda os engula e descubram, tarde demais, que também eram descartáveis.
Que este texto seja um espelho incômodo para aqueles que trafegam por esses corredores sujos, onde a moral é apenas um adorno, e o respeito humano é sacrificado em nome de uma glória passageira. Que o sono dessas pessoas seja perturbado pelas verdades que preferem ignorar. Porque, no fim, não há fuga do ciclo do poder. A roda sempre gira, e com ela, virá o ajuste de contas.
(Neste texto não foram dados nomes aos bois)
Levou chumbo de novo né? Kkkkkkkkkkk vc num aprende
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