Onde estão os homens e mulheres de valor? Ou onde estão os valores dos homens e mulheres que posam de cidadãos exemplares?
Nada como um ano eleitoral para se desnudar toda a vergonha que permeia este meio. Para início de conversa é importante ressalvar que para todas as regras há exceções, ainda que raras, mas elas existem de facto. E para não ser injusto convém mesmo destacar que ainda há pessoas muito bem intencionadas na política, mas de modo geral o que se vê é um verdadeiro festival de hipocrisia.
Aquele que esbravejava nas tribunas e nos microfones contra os desmandos governamentais, de repente é domado e fica dócil como se tudo sempre estivesse às mil maravilhas. Aquele que denunciava, gritava e apontava as irregularidades e os crimes, de repente é visto de mãos dadas com aquele que era alvo das mais terríveis acusações. Talvez fosse melhor se recolher ao silêncio absoluto.
O que acontece com essas pessoas que mudam de lado como quem muda de camisa? Que saem do esculacho aos elogios da noite pro dia como se fosse uma atitude normal, e o pior, como se ninguém percebesse o estapafúrdio e deplorável comportamento?
Nada como um ano de eleições para que os entocados saiam das moitas, para que os armários da falta de pudor sejam abertos e para que comece o desfile da mais podre demagogia.
Aquele que enxergava tudo agora não vê mais nada, aquele que esbofeteava agora faz cafuné, mas não é mesmo de se estranhar quando se trata do país do "perdeu mané".
Mas afinal estamos falando do aspecto municipal, de cidades pequenas onde todos se conhecem, e nem assim ficam incomodados se estão estão sendo ridículos ou se nunca tiveram mesmo um pouco de vergonha na cara.
E o povo? Onde fica nessa história?
No lugar onde sempre esteve, infelizmente. A grande maioria refém dos favores, outros das migalhas que caem das mesas, sem falar nos vendilhões que entregam Jesus por 30 moedas e seguem por mais quatro anos comendo o pão que o diabo amassou.
É bem assim que funciona essa geringonça chamada política municipal, com seus vereadores, candidatos e atores desta cena bizarra que se repete sempre com o mesmo modus operandi, e ao que parece, o que sobra de churrasco e cerveja, falta de vergonha na cara de quem se dá à patifaria de estar sempre pulando o muro, e de quem aceita ser capacho de uma raça que só sabe fazer uma coisa: surrupiar.
Deus tenha piedade de nossa gente! Se é que Deus passa perto dessa coisa tão indecente...
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