Itaperuna, outrora conhecida cidade referência em Saúde, agora se encontra mergulhada em uma crise sem precedentes. O prefeito Nel, em pronunciamento carregado de gravidade, decretou estado de calamidade pública financeira na saúde, expondo uma dívida estrondosa de mais de R$ 200 milhões deixada pelo governo anterior, liderado por Alfredão.
O tom austero do prefeito reflete a dimensão da tragédia administrativa herdada. Nel descreveu a saúde municipal como uma "área falida", resultado de anos de descaso, negligência e, sobretudo, irresponsabilidade política. “Nosso povo sofre há anos com falta de remédios, exames e transferências. Hoje, estamos em uma situação em que não vejo outro caminho senão pedir socorro”, declarou.
O Retrato do Caos
As unidades de saúde da cidade são um reflexo do desmazelo que permeou o governo de Alfredão. A UPA, sem medicamentos e em estado de abandono, carece de reformas urgentes. O mesmo cenário desolador é observado nas UBSs, também sem insumos básicos para atender à população. O prefeito ainda destacou dificuldades operacionais geradas por dívidas acumuladas, especialmente com o Hospital São José do Avaí, prejudicando o atendimento até para casos mais graves.
Não se trata apenas de números em balanços fiscais. A dívida de R$ 200 milhões é um golpe direto na vida dos itaperunenses e dos moradores de cidades vizinhas que dependem da estrutura de saúde local.
Alfredão e Seus Aliados: Uma Gestão Desastrosa
A calamidade atual é a evidência gritante de uma administração marcada pela falta de responsabilidade fiscal e ética. Alfredão, amplamente criticado por sua gestão ineficaz, teve seu governo influenciado diretamente por figuras como seu filho, Murillo Gouvêa, cuja participação foi apontada como central nos desmandos que resultaram neste cenário devastador.
Ainda mais alarmante é o papel de alguns vereadores eleitos, que, ao longo da gestão de Alfredão, atuaram como cúmplices desse desgoverno. Em vez de fiscalizar e representar os interesses do povo, esses parlamentares optaram por apoiar políticas prejudiciais, perpetuando a deterioração do município.
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Medidas Urgentes
Diante do caos, Nel anunciou que já acionou o Ministério Público, o Tribunal de Contas e a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, na pessoa do presidente Rodrigo Barcelar. Ele também apelou diretamente ao governador e aos deputados estaduais, solicitando medidas emergenciais para restabelecer o mínimo de dignidade na saúde pública local.
Além das ações administrativas, o prefeito fez um apelo à população, pedindo compreensão e união em oração. “É um dos momentos mais difíceis que a nossa cidade já enfrentou, mas prometo lutar para cumprir meu compromisso com Itaperuna. Vamos reconstruir essa cidade, mas precisamos de força, união e ajuda”, concluiu.
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